Fonte: Diário do Comércio
21/08/2020
Com a chegada do Covid-19 ao Brasil no fim de fevereiro, diversos segmentos recorreram às soluções tecnológicas para se reinventar e sobreviver em meio aos desafios impostos pelas medidas de distanciamento social.
Este tem sido o caso também da área da saúde. Com a regulamentação da telemedicina pelo governo federal enquanto durar a pandemia, ferramentas e software de teleatendimento passaram a ser altamente demandados por clínicas, médicos e hospitais.
O novo cenário beneficiou empresas especializadas em tecnologia para a área. A startup mineira iMedicina, por exemplo, experimentou crescimento de 194% nas vendas no primeiro semestre deste ano na comparação ao último semestre de 2019. O bom desempenho é atribuído, justamente, ao lançamento da plataforma digital e à disponibilização gratuita do prontuário eletrônico para médicos de todo o Brasil.
De acordo com o médico oftalmologista e CEO do iMedicina, Raphael Trotta, o software é um aliado forte no combate ao novo coronavírus para evitar aglomerações nos hospitais e pronto atendimentos e permitir que médicos e pacientes fiquem seguros em casa, com orientação e acompanhamento de qualidade. Segundo ele, atualmente, mais de 11 mil médicos de todo País já utilizam o software.
“Estamos no mercado desde 2016 e, muito antes do que vivemos hoje, eu já atuava com consultoria para clínicas e hospitais no ganho de escala, atração de pacientes, gestão e atendimento de clínicas e hospitais. A iMedicina surgiu então como um apoio completo por meio de uma plataforma digital, na qual os médicos e demais profissionais conseguem criar e gerenciar tudo de forma automática”, afirmou.
Sobre as consultas on-line, Trotta disse que a tecnologia já estava sendo desenvolvida pela startup e, com a autorização por parte dos órgão competentes, como o Conselho Federal de Medicina (CFM), conseguiram lançá-la em 15 dias. Segundo ele, com a novidade, foi possível ajudar muitos médicos a recuperarem uma queda vertiginosa que observaram quando da chegada da pandemia ao Brasil.
“É um momento delicado para todo mundo e para todas as empresas. No início várias clínicas diminuíram o volume de pacientes, houve queda abrupta nos atendimentos e algumas chegaram a fechar. Mas logo em seguida veio a portaria do Ministério da Saúde que autorizou a teleconsulta e ganhamos notoriedade, justamente porque disponibilizamos a ferramenta sem custo para os médicos e ajudamos muitos a voltarem a trabalhar”, explicou.
Diferencial – O médico ressaltou que o diferencial está no processo de entrega de alto valor agregado com baixo custo para os profissionais da área. Conforme ele, a versão básica da ferramenta não tem custo e as clínicas podem cadastrar até 100 médicos.
Nos primeiros dias de lançamento da funcionalidade de telemedicina, o iMedicina conquistou mais de 5 mil adesões e, em apenas 30 dias após o lançamento, o módulo atingiu 22 estados brasileiros e o Distrito Federal, com crescimento do volume de teleconsultas de cerca de 30% por semana desde o início de abril.
“Diferentemente de muitas soluções, nossa principal inovação é a altíssima eficiência na camada de infraestrutura da plataforma e nos processos internos de desenvolvimento e manutenção do software. Isso nos permite oferecer uma plataforma completa, com agendamento online pelo paciente, agenda médica para gestão do dia a dia, cadastros ilimitados de pacientes, prontuário eletrônico seguro, prescrição digital e teleatendimento, sem custo algum para o médico”, detalhou.
A expectativa é que a demanda prossiga elevada no decorrer dos próximos meses. Assim, a empresa espera encerrar 2020 tendo dobrado de tamanho em relação ao ano anterior.